Embora tenham se passado dois anos me sufoca, me angustia, me revolta lembrar de todo esse caso. Me faz ficar triste e chorar ao lembrar da dor da mãe de Isabella, dessa vida que foi roubada, de uma vida que poderia ter sido e não foi...
É triste demais pra gente que é mãe, se colocar no lugar da mãe dessa menina! Eu penso e me pergunto por que tanta crueldade? Por que tanta maldade? Será que o amor está esfriando? Ou as pessoas estão enlouquecendo aos poucos?
Eu só espero que a justiça seja feita. Se não a dos homens, a de Deus, pois essa é certa e implacável!
Quanto a Isabella ,é um anjo, que com certeza já perdoou seus algozes, pois as crianças quando partem para o outro lado são amparadas instantaneamente por seres de luz que as guiam e as conduzem para um lugar melhor. Quanto a nós, seres às vezes irracionais e desumanos que nos perdoemos por nossa maldade e desamor...
Transcrevo abaixo uma homenagem à Isabella de sua mãe na passagem de seu aniversário em 2008.
"A morte não é tudo. Não é o final. Eu apenas passei para a sala seguinte.
Nada aconteceu. Tudo permanece exatamente como foi. Eu sou eu, você é você,
e a antiga vida que vivemos tão maravilhosamente juntas permanece intocada, imutável. O que quer que tenhamos sido uma para a outra, ainda somos.
Chame-me pelo antigo apelido familiar. Fale de mim da maneira que sempre fez.
Não mude o tom. Não use nenhum ar solene ou de dor. Ria como sempre fizemos das piadas que desfrutamos juntas. Brinque, sorria, pense em mim, reze por mim. Deixe que o meu nome seja uma palavra comum em nossa casa, como um dia foi. Faça com que seja falado sem esforço, sem fantasmas ou sombras. A vida continua a ter o significado que sempre teve. Existe uma continuidade absoluta e inquebrável. O que é a morte se não um acidente desprezível?
Porque ficarei esquecida se estiver fora do alcance da visão? Estou simplesmente à sua espera
como num intervalo, bem próxima, na outra esquina. Está tudo bem!"